segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Que tipo de ser humano se quer formar: um crítico e criador ou um conformista reprodutor?


Na perspectiva nietzschiana a cultura é encarada como cultivo do próprio espírito. O aprimoramento de si implica desenvolver e integrar de maneira plena e harmoniosa todas as potencialidades - não apenas para criar obras, mas para fazer-se enquanto obra.

Concebendo a cultura como criação desinteressada, Nietzsche acredita que Estado e cultura são adversários. O Estado pensa em uma quantidade uniforme, está atrelado às exigências do momento, aos caprichos da moda, procura a utilidade das coisas e tem objetivos práticos. A cultura, pelo contrário, está desligada de intenções utilitárias e objetivos práticos. A intenção de Nietzsche é a elevação do homem, a produção de grandes homens. A meta da educação seria ajudar a natureza a criar o exemplar individual superior, impedir a massificação e o nivelamento da cultura, manter a cultura independente do Estado.

O filósofo clamava por uma nova geração de homens capazes de educar a si mesmos e criar novos comportamentos. Assim, para Nietzsche a escola tradicional é uma "forma autorizada da educação"; para ele, a educação deve ser um processo contínuo de transformação, de superação da cultura vigente.

Pensando em termos de formação do homem, parte-se do pressuposto de referir seus juízos a valores absolutos, orientando-o, não para a criação de valores, mas para a seleção e o culto dos existentes. A pergunta fundamental que se coloca para os educadores, é que tipo de ser humano se quer formar: um crítico e criador ou um conformista reprodutor?

O tema deste texto foi coletado do livro: AZEREDO, Vânia Dutra de (org.). Nietzsche: filosofia e educação. Ijuí: Editora Unijuí, 2008 (Coleção Nietzsche em perspectiva).

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